segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dança sagrada...

Nas pontas 
mostrando os dedos
pés descalços pisando em nuvens
e os seios pintados de vermelho
ventre desnudo
um rosto iluminado pelas chamas
cabelo brilhando feito veludo
primeiras cordas de um instrumento
apresenta a nossa intenção
harmoniza o local e o ritual

Seus olhos pairam 
meu coração dispara
o instrumento pára
ouvimos um som surdo 
vindo do seu e do meu peito
profundo suspiro
encontro de olhares
sorrisos casados
luzes acesas dentro de mim e dentro de ti

Começamos 
movimentos sinuosos
um som sagrado
retiro o primeiro véu... branco
sagrado, espiritual pedaço do meu ser
o jogo ao seu lado

Continuamos
movimentos expressivos
sua aura abre meus sentidos
retiro o véu... roxo
meu terceiro olhar se abre e vê todo o seu ser
te dou a minha coxa 
para beijá-la enquanto o refrão passa

Entoo sussurros
Sons e gemidos
Sua boca alcança os meus ouvidos
Retiro o véu... azul
Alcança o céu da minha boca
E desliza sua língua até meus seios

No quarto o céu
Sinto quando toca o meu peito
Me sinto Nut
Me sinto nua
Me sinto sua
Sem o verde véu
Sem o chão... no céu

Sem defesas
Sem o quinto pano
Sem o laranja véu

Sexto véu
Língua, mordida e umbigo
Irradiante
Amarelo
Pano que cai

Pano vermelho que se vai
Boca nos lábios
Lábios em sua boca

Molhados
Ardentes
Quentes

Delírios
Dança sibilante
Meu corpo se contorce
E torce
Sinto crescer dentro de mim
O meu
O seu prazer
E juntos chegamos a um ritmo frenético

Me perco
Não sinto nada
Só vejo a escuridão
E sinto a imensidão
Uma explosão toma conta
E quando abro os olhos
Vejo meu corpo tremer
E o seu a me envolver!


sexta-feira, 23 de julho de 2010

FAXINA

Hoje percebi que tenho facilidade de deixar a sujeira ir
aquela que fica exposta 
aquela que você passa o pano e vai embora
mas quando me deparo com detalhes
pequenos objetos que o tempo me trouxe
me cerco de lembranças e fico horas para separar
é difícil encontrar um lugar 
para estes pequenos filetes com cheiro de felicidade
... minha vênus em gêmeos...
deixa ir, mas não deixa partir
diz tchau, mas chora ao ouvir adeus
recebe, mas não convida para entrar
... hoje é dia de mudar...
jogar fora pequenos objetos
limpar os espaços que ficam debaixo dos móveis
respirar com alegria os vazios
o que foi bom, útil ou maravilhoso
não me pertence mais
se não cabe nos meus dias
não preciso, não quero e não vou guardar...
sejam nomes, datas, chaveiros
só quero em meu peito 
a alegria dos belos dias
só quero em minha mente 
a paixão por tudo que edifiquei
os edifícios que cairam, devem ficam no chão, 
dando suporte aos que virão!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O que é o amor?


Uma saudade
um vazio
uma dor
um ciclo interminável de perguntas...

são dúvidas
são fios quebrados
são sonhos perdidos
são vozes que ecoam

teia vazia
luz apagada
sorriso desbotado
olhar perdido

o amor é um aceno
e quando ele decidiu ir embora
fiquei sem saber para onde ir, o que pensar e como agir...
só me restou fragmentos do que foi e dúvidas de porque ele se foi!!!

ESCRAVIDÃO FEMININA


Woman is the Nigger 

of the World 

(John e Yoko)


(Tradução)


A mulher é o escravo do mundo
Sim, ela é...pense nisso
A mulher é o escravo do mundo
Pense nisso...faça algo sobre isso

Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Se ela não for uma escrava, 
dizemos que elas não nos amam
Se ela é real,
dizemos que ela está tentando ser um homem
Enquanto a colocamos pra baixo, 
fingimos que ela está por cima

A mulher é o escravo do mundo, sim ela é
Se você não acredita, 
dê uma olhada em quem está contigo
A mulher é o escravo dos escravos
Ah, sim...

Nós a fazemos parir e criar nossos filhos
E depois as deixamos de lado 
por serem mães gordas como galinha
Nós dizemos que elas só devem ficar em casa
E depois dizemos que são 
muito anti-sociais para ser amigas

A mulher é o escravo do mundo, sim ela é
Se você não acredita, 
dê uma olhada em quem está contigo
A mulher é o escravo dos escravos
Ah, sim...

Nós a insultamos todo dia na TV
E nos perguntamos 
por quê lhe falta coragem ou auto-confiança
Quando jovens, 
tiramos delas a promessa de liberdade
Enquanto as mandamos serem pouco inteligentes, 
as culpamos por serem tão burras

A mulher é o escravo do mundo, sim ela é
Se você não acredita, 
dê uma olhada em quem está contigo
A mulher é o escravo dos escravos
Ah, sim...se você acredita em mim, 
melhor gritar sobre isso

Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Nós a fazemos pintar o rosto e dançar
Nós a fazemos pintar o rosto e dançar

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Amor próprio...


Não deveríamos deixar as ervas daninhas destruir nosso jardim...
portanto, vamos olhar para dentro,
observar cada pétala e folha, pisar no chão e sujar a mão...
somos responsáveis pelo que acontece dentro
e podemos ceifar aquilo que não desejamos,
 basta deixar os sentidos apurados
nosso coração sempre nos acolhe
nossa mente sempre nos avisa
a intuição soa e ressoa
Ouça, veja, sinta, pense e aja!

Cuidar de nosso jardim, semear e colher, é nosso dever!

terça-feira, 6 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Caminho da Cura




"Ensine-me a reunir 
os fragmentos de minha alma,
Resgatando meu potencial perdido.
Eu busco a unidade.

Permita-me encontrar o perdão,
E abraçar uma nova forma de ser,
Abrindo mão da dor e da raiva 
contra todos que me feriram.

Permita-me curar meu corpo humano,
O veículo sagrado da alma, 
curando todas as desarmonias
Encontradas na Tigela de Cura.

Permita-me a coragem necessária
para enfrentar os inimigos interiores,
curando minhas fraquezas,
E honrando o guerreiro que ali está.

Permita-me honrar a promessa sagrada,
de ser leal à minha busca de totalidade,
sem nunca abandonar minhas Curas,
nem o coração que bate em meu peito".

(Jamie Sams)

domingo, 4 de julho de 2010

AMOR OU AMAR?




Percebi que parar de substantivar 
ações e sentimentos
se faz necessário... 
e hoje me deparei com este texto... 
lindo, pois toca na ferida e nos erros 
que quero colocar no pretérito!



"Em minha inocência e ignorância,
eu atribuía a algumas pessoas 
o poder de liberar, produzir, 
fazer exercer-se e se comunicar 
o amor em mim e de mim. 
Esse amor pertencia, pois, exclusivamente a essas pessoas, 
ficando eu delas dependente para sempre. 
Se, por alguma razão, me deixassem ou não 
quisessem produzi-lo em mim, 
eu secava de amor e — 
o que é pior — 
ficava em seu lugar, 
na pessoa e no corpo, 
uma sangrenta ferida, 
como a de uma amputação, 
que não cicatrizaria jamais."

(Roberto Freire, em Ame e dê vexame)