domingo, 31 de outubro de 2010

Que esta vitória nos traga lágrimas de alegria e amenize as lembranças das lágrimas de dor que muitas mulheres derramaram!!!

hoje vejo no espelho
uma bruxa
uma mulher
uma centelha divina
uma imagem feminina

percebo a evolução disto dentro e fora de mim
derramo as lágrimas de alegria pela vitória de minha igual
vislumbro os planos da deusa
aos poucos nos visibilizando, libertando, curando
fazendo para o meu pessimismo uma ponte para perceber "o mundo"

vejo os espinhos, tenho receios, sei da dor...
mas neste momento preciso e quero acreditar
que uma rosa desabrochou 
ela não é graciosa, nem delicada
mas é forte, vermelha e quem sabe...
será uma PRESIDENTA mais do que dedicada!!!


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Fogoooooooooooooo


Pelo fogo divino
Estou sendo conduzida

Pela parteira e pela ceifeira
Nasço em cada morte que efetivo em meu presente

meus dias estão rápidos e agitados
meus pensamentos se concretizam ou antecipam fatos

O fogo em meus dias
dentro, fora

me consumindo
me transformando

me aquecendo
me transmutando

sem descanso
a minha rotina não parece mais com rotina

tantas
atividades

tanto
querer

tanto
fazer

tanto
pensar

tanto
prazer

A rainha de paus
está me abraçando

e eu a recebo
com satisfação

pois os leões rugem
e a carruagem voa

trazendo erupções vulcânicas
dentro, fora

em mim
de  mim!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Me (in)definindo!!!

Sou o décimo sexto arcano!

Eu construo novos paradigmas
destruindo edifícios que estão ruindo... 

Vou demolindo velhas certezas
refazendo caminhos guardados em gavetas...

Tiro as teias
Teço fios que conduzem para o invisível...

Mostro para onde ir
e fico ali...

parada!

sem saber
que fim terá...

mesmo querendo 
te abraçar, te embalar, te embolar...

Se tem que ir
então, mais um... 

e de novo... 
e novamente...

aceno e digo:
Se vá!

domingo, 10 de outubro de 2010

E.e.cummings escrevendo (con)cretamente,



um riso sem um
rosto(um olhar
sem um eu)
cuida



do(não to
que)ou
desaparec
erá semru



ído(na doce
terra)&
ninguém
(inclusive nós



mesmos)
relem
brará
(por uma fra



ção de
um mo
mento)onde
o que como



quando
por que qual
quem
(ou qualquer coisa)

( tradução:  Augusto de Campos )

terça-feira, 5 de outubro de 2010

... o seu coração... comigo!





eu levo o seu coração comigo

e. e. cummings

eu levo o seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar
que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)
       tenho medo
que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero
nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)
e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar

aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes

eu levo o seu coração (eu o levo no meu coração)

(Tradução: Regina Werneck)

e. e. cummings, poeta norte-americano, nasceu em 1894 e morreu em 1962. Conquistou, ainda em vida, um lugar permanente entre os maiores poetas de nosso tempo. Ainda se comenta muito das suas inovações em tipografia e pontuação, que foram, por alguns, mal entendidas como meros “efeitos”, mas o leitor cuidadoso verá que elas são um aspecto de sua busca pela expressão mais pura e clara de seus pensamentos e sentimentos. Uma maneira de renovação da linguagem que só os grandes poetas conseguem.cummings era único dentre os poetas de seu tempo, pois era igualmente extraordinário na sátira e no sentimento e lutava vigorosamente contra a pomposidade e a pretensão. É considerado um dos poetas que escreveu os mais emotivos poemas de amor de todos os tempos. O poema acima foi lido numa das cenas finais do filme “In her shoes”, de Tony Scott, pela personagem interpretada por Cameron Diaz. Esse filme passou no Brasil com o nome de "Em seu lugar"

Outros livros do autor: “The enormous room (1922), “Him” (1927), “Eimi” (1933), “Santa Claus” (1946), “I:six nonlectures” (1953), “Poems 1923-1954” (1954), “A miscellany (1958), "73 poems" (1963) e "E. E. Cummings: A selection of poems" (1965).