Silêncio faz pensar,
remexe águas paradas,
remexe águas paradas,
trazendo à tona sabe a DIVINDADE
que desconserto nosso.
que desconserto nosso.
Com medo de ver quem
- ou o que -
somos,
adia-se o defrontamento
com nossa alma sem máscaras.
Mas se a gente aprende a gostar um pouco de sossego,
descobre
- em si e no outro -
regiões nem imaginadas,
questões fascinantes
e não necessariamente ruins.
Nunca esqueci a experiência
de quando alguém botou a mão
no meu ombro de criança e disse:
" Fica quietinha, um momento só,
escuta a chuva chegando."
E ela chegou:
Intensa e lenta,
tornando tudo singularmente novo.
A quietude pode ser como essa chuva:
Nela a gente se refaz para voltar mais inteiro
ao convívio,
às tantas frases,
às tarefas,
aos amores.
Então, por favor, me dêem isso:
Um pouco de silêncio bom
para que eu escute
o vento nas folhas,
a chuva nas lajes,
e tudo o que fala muito além das palavras
de todos os textos
e da música de todos os sentimentos.
(Lya Luft)
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