quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ANO NOVO...



Para o Ano Novo




E aí, quais são as novidades?
Vai se fazer de misterioso mais uma vez?
Ando curiosa para saber o que você pretende comigo.


Não quero parecer ansiosa,
mas estou contando os dias para a sua chegada.
Acho até que vou colocar uma roupa nova
para esperar você na entrada;
faço questão de que me encontre bonita.


Para começarmos com o pé direito, como você gosta,
 vou comprar uma garrafa de champanhe;
brindaremos à nossa saúde no momento em que cruzarmos os olhos.
Feliz - é assim que o quero, Ano Novo,
e farei tudo ao meu alcance para que isso seja possível.
Se dependesse de mim,
sua estadia entre nós seria uma alegria após a outra.
Receio, porém, que de mim pouco dependa...


Falando nisso:
gostaria de dizer que eu não tenho expectativas
em relação ao que você vai me trazer, mas tenho.
Principalmente porque você sabe tudo de que eu preciso
e tem espaço suficiente para que várias dessas coisas caiba


Sabe também que eu não sou muito fã de surpresas,
então não se esforce demais para me surpreender.
Se por acaso me trouxer algumas más notícias,
tudo bem, mas tente não ser abrupto.
Sei que vários problemas estão fora do seu alcance;
 portanto, prometo não me aborrecer
caso algo não venha como eu esperava.


Traga o que trouxer - fique tranqüilo -,
você será recebido com foguetes.
Pois sua chegada, sempre tão pontual e garantida,
com suas promessas,
sempre tão amplas e verdadeiras, renova, em todos nós,
a esperança que vai-se embora, um pouco, a cada dia.
E, ai, ai, ai, já está chegando a hora.
Minhas simpatias,


trecho de Fernanda Young*


P.S.: caso venha com muito dinheiro no bolso, conforme espero, cuidado com os assaltos.



domingo, 27 de dezembro de 2009

NOVO ANO...


Ano Novo?

É tempo (e sempre é tempo)
de lembrar:

Do velho e do novo;
Dos bons amigos
e porque não, dos maus amigos;
Das atitudes inesperadas
e das posições racionais;
É hora de olhar para fora
e ver o que o nosso interior almejou e conseguiu...

Agora está no momento certo de esquecer
o que passou e o que virá...
Pois este é o momento de respirar
e agradecer tudo o que temos...
Mais importante do que pedir
é agradecer...
Mais forte do que pensar
é amar...

Amar cada momento, cada pessoa, cada gesto,
cada voz que guarda dentro de você,
pois isto sim,
é o grande tesouro que ficou do ano que passou!


E quando amanhecer?

Não esqueça que
um ano novo não se resume ao dia 1º de Janeiro...
O ano só será novo
se todos os dias forem vividos com intensidade...
Se assim, for...

Todos os dias veremos fogos de artifícios,
velas sobre a mesa, comida, bebida,
abraços, desejos, sorrisos, famílias reunidas,
amigos por perto, amor, energia,amor!

E isto é o pouco que desejo a você,
pois sabemos que muito mais poderá acontecer!

(Aracni)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009


Poema de Natal


Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrado
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.




Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:



Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.




Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...




Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.


(Vínícius de Moraes)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Benção de Yule



Aracni,



Que suas teias se multipliquem fortes e seguras.
Que seus caminhos, sejam suaves porém firmes
Que seus sonhos te deixem provar,
O mais inebriante, ardente e, ainda assim suave. Delírio.
Que você possa, sem medo, Amar.


(De Calisto Circe Cency)

domingo, 20 de dezembro de 2009

A alegria na tristeza



"A Alegria na Tristeza


O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento.
Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.


Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.


Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada."

(Martha Medeiros)

domingo, 13 de dezembro de 2009

pensando em ondas...


Meu cabelo enlaçado
no enrolado sonho de ser quem não sou...


pois sou desleixada, sou implicante, sou leonina, sou diferente...
às vezes diferente até de mim mesma...
às vezes diferente do que penso que sou...


cabelo enrolado
os pés esquisitos com o esmalte que esqueci de tirar
isto não parece com a descrição de uma mulher...


a boca sem batom
a minha voz anda perdendo o tom
devido aos gritos que solto e que calo...


devia me calar...
devia te falar...


devia não dever nada
mas não devo
pago as minhas dívidas
e meu coração continua em divida comigo mesma
com as juras que fiz
com as palavras conjuradas que todo mundo diz...


... não quero mais rezar ajoelhada
... não quero mais ser magoada
... não quero mais nada...


quero me deitar...
e sonhar
e sonhar com as ondas
que estão e são como o meu cabelo
guardam o mistério do templo que sob o véu está!!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009


De ontem em diante

O Teatro Mágico

(Composição: Fernando Anitelli)


De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes, um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem

sábado, 28 de novembro de 2009

PASSADO... ACABADO!


Non Je Ne Regrette Rien

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Está pago, varrido, esquecido
Eu estou farta do passado

Com minhas lembranças,
Eu alimentei o fogo
Minhas aflições, meus prazeres
Eu não preciso mais deles

Varri meus amores
Junto a seus aborrecimentos
Varri por todo dia
Eu volto ao zero

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Minha vida, Minhas jóias
Hoje
Começa com você

(Compositor: Michel Vaucaire / Charles Dumont)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Hoje...



Sou amante
do silêncio!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

"... NÃO SOU FREIRA, NEM SOU PUTA..."




Mexo, remexo na inquisição

Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Hi! Hi!...

Eu sou pau prá toda obra
OS DEUSES DÃO asas à minha cobra... E VIRO DRAGÃO!!!
Hum! Hum!

Minha força não é bruta
Não sou freira
Nem sou puta...

Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem

Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Eu sou mais macho
Que muito homem...

Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Parapá! Parapá!
Hum! Hum!...

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hi! Hi!

Fama de porra louca
Tudo bem!
Minha mãe
É Maria Ninguém
Hi! Hi! Eh! Eh!...

Não sou atriz
Modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima

Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Eu sou mais macho
Que muito homem...

(Rita Lee e Zélia Duncan)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

AGORA...




Eu poderia dizer que estou cansada...
Mas prefiro gritar que estou feliz!!!

sábado, 21 de novembro de 2009

Homenagem a minha mãe...


Somente após abraçar o sacerdócio
pude reconhecer a bela figura femina
que a minha mãe representa...

Identifico em seu nome o poder
da sua vocação e missão
Percebo em sua ações e escolhas
a divindade que cultua e que a nomeou...

E os sinais hoje são tão claros
e belos
e ternos
que me faz respeitar e honrar ainda mais
as diferenças de nossas crenças e personalidades

Amo a mulher que me deu à luz
Amo o homem que esta mulher escolheu para ser meu pai

Amo a mulher que
me amamentou
me embalou
me vestiu
me bateu
me ajudou a caminhar
me ajudou na caminhada
me viu e me fez crescer!!!

"Olha o que foi meu bom José
Se apaixonar pela donzela
Dentre todas a mais bela
De toda sua Galiléia
Casar com Deborah ou com Sarah
Meu bom José você podia
E nada disso acontecia
Mas você foi amar Maria
Você podia simplesmente
Ser carpinteiro e trabalhar
Sem nunca ter que se exilar
De se esconder com Maria
Meu bom José você podia

Ter muitos filhos com Maria
E teu ofício ensinar
Como teu pai sempre fazia
Porque será, meu bom José
Que esse teu pobre filho um dia
Andou com estranhas idéias
Que fizeram chorar Maria
Me lembro às vezes de você
meu bom José, meu pobre amigo
Que desta vida só queria
Ser feliz com sua Maria"

(Nalva Aguiar)

domingo, 15 de novembro de 2009

MÃE ANTIGA


Mãe Antiga

Mãe Antiga, ouço o seu chamado
Mãe Antiga, ouço sua canção
Mãe Antiga, ouço o seu riso
Mãe Antiga, provo suas lágrimas
Ísis, Astarte, Diana, Hécate, Deméter, Kali, Inanna


 (Cellebrando)

sábado, 14 de novembro de 2009

Fúrias



“Oh, gentis irmãs
Abençoem a terra com corações radiosos
Oh, magníficos espíritos, venham;
Exultem em tochas flamejantes
Renovadas em nossos fogos,
Retornem à dança
Brande, brandem em triunfo!

Continuem dançando e dançando.

Nossos corações estavam em guerra,
Mas agora se combinam
Nossos lábios gritaram insultos,

Mas agora proferem canções.

Este fogo ilumina o futuro, claro como o dia
Brandem, brandem em triunfo!
Continuem dançando e dançando.

Esta paz entre as filhas de Atena e seus amigos
Nunca deve terminar
Deuses oniscientes e destinos entrelaçados

Em memória de nossa união agora e sempre

Brandem, brandem em triunfo!
Continuem dançando e dançando
Assim o amor que nutrimos subirá aos céus qual fogo

E o fogo levará nossas preces, nossas bênçãos para casa”

(ORAÇÃO AS FÚRIAS in Gaiman)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Debaixo d'agua














Debaixo d'água tudo era mais bonito
Mais azul, mais colorido
Só faltava respirar
Mas tinha que respirar

Debaixo d'água se formando como um feto
Sereno, confortável, amado, completo
Sem chão, sem teto, sem contato com o ar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia

Debaixo d'água por encanto sem sorriso e sem pranto
Sem lamento e sem saber o quanto
Esse momento poderia durar
Mas tinha que respirar

Debaixo d'água ficaria para sempre, ficaria contente
Longe de toda gente, para sempre no fundo do mar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
todo dia
Todo dia, todo dia

Debaixo d'água, protegido, salvo, fora de perigo
Aliviado, sem perdão e sem pecado
Sem fome, sem frio, sem medo, sem vontade de voltar
Mas tinha que respirar

Debaixo d'água tudo era mais bonito
Mais azul, mais colorido
Só faltava respirar
Mas tinha que respirar
Todo dia

Agora que agora é nunca
Agora posso recuar
Agora sinto minha tumba
Agora o peito a retumbar
Agora a última resposta
Agora quartos de hospitais
Agora abrem uma porta
Agora não se chora mais
Agora a chuva evapora
Agora ainda não choveu
Agora tenho mais memória
Agora tenho o que foi meu
Agora passa a paisagem
Agora não me despedi
Agora compro uma passagem
Agora ainda estou aqui
Agora sinto muita sede
Agora já é madrugada
Agora diante da parede
Agora falta uma palavra
Agora o vento no cabelo
Agora toda minha roupa
Agora volta pro novelo
Agora a língua em minha boca
Agora meu avô já vive
Agora meu filho nasceu
Agora o filho que não tive
Agora a criança sou eu
Agora sinto um gosto doce
Agora vejo a cor azul
Agora a mão de quem me trouxe
Agora é só meu corpo nu
Agora eu nasco lá de fora
Agora minha mãe é o ar
Agora eu vivo na barriga
Agora eu brigo pra voltar
Agora
Agora
Agora

(Arnaldo Antunes)

sábado, 31 de outubro de 2009

Celebrando...


Eles estão em toda parte
na cor da minha pele
nas ondas do meu cabelo
estão nas minhas lembranças
e também nas minhas esperanças
...
Eles ajudaram a construir o mundo que temos hoje
mas também ajudaram a destruir o mundo que existia
são parte do que temos e do que não vimos
somos parte do que sonharam
e também um pouco do que negaram
...
Gosto de pensar que os ancestrais
que carregamos
ainda vivem
e que de onde estão
eles nos carregam no colo
...
e nos dão as mãos!!!



(Vivos ou não...)
(vivo por eles)
(vivo com eles!!!)

domingo, 25 de outubro de 2009

Ela está em todas as coisas!!!


Ela une todas as coisas

Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar ?



Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá …
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar



Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está


Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar


Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar


Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor


Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está


Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar


Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar


Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar


(Composição: Jorge Vercillo / Jota Maranhão)

O Deus


A Carga do Deus


Por Doreen Valiente,
Véspera Samhaim, 1997.
Tradução: Quíron


Ouça as palavras do Velho Cornífero
que é sempre jovem....
Eu sou aquele que abre as portas da vida e da morte,
os portais da aurora e os portais da noite.

Eu sou Kernunnos e Silvanus e Pan,
E a música da minha flauta está no ar
nas verdes florestas e nas colinas de verão.
Minha voz está no vento da meia-noite,
e embaixo das estrelas, ela pronuncia as palavras de magia
em línguas ancestrais, esquecidas ou desconhecidas.

Eu inspiro o pânico, o medo e o desejo passional.
E apesar de eu mostrar a face de um crânio,
não haveria a manifestação da vida sem mim,
pois sem morte não pode haver renascimento.

A vida deve sempre subir em espirais, não pode parar.
Nós não podemos conhecer a luz sem as sombras,
nem as sombras sem a vida.
Portanto, não me tema , sob nenhum aspecto que você me veja:
a força e poder da masculinidade ou aquele que traz paz na morte.

Eu sou Lúcifer, o que traz a luz, e Amoun, o Escondido,
que usava os chifres espirais do carneiro na antiga Khem.
Eu sou o Deus de pés de bode dos bosques iluminados pelo som da Tessália,
a presença que era sentida na escuridão das cavernas sagradas
e na pedra fixa sobre a urze.

Eu sou o poder arrebatador da Vida
e aquele que traz a luz: mas sem Amor
eu não posso criar nada que perdure.
Então eu preciso da Deusa, assim como ela precisa de mim,
e no Grande Casamento Sagrado, o Êxtase Cósmico,
nós somos um.

Então, cultue a minha selvageria, conheça-me e regozije-se comigo,
irmãos e irmãs da Arte Mágica,
bruxas e bruxos, pagãos e bárbaros.
Pois eu trago o poder e a liberação,
liberdade de espírito que é verdadeira e eterna,
que ninguém pode negar a você
eternamente.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Do outro lado...


Ela é bela, mas não é santa
e ela também reclama!
Segura a minha mão
mesmo sabendo que é em vão!

Não a vejo, não a percebo...
Quando tenho as minhas mil indagações
Com ela reclamo...
Peço sua orientação,
mesmo sabendo que é em vão!

Sou teimosa, sou pagã!!!
Pago pra ver
Quebro a cara
Dou a cara
Pra ver o que irá acontecer

E ela reclama
Eu reclamo
Mas no final...
Nos damos as mãos...

...E sorrimos das cicatrizes
Que não são
mais do que uma bela lição!!!
(Aracni)